terça-feira, 3 de novembro de 2009

Altar Particular

 

Meu bem, que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz
Do teu penoso altar particular
Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje, sinto que
o tempo da cura tornou a tristeza normal
Então, tu tome tento com meu coração
Não deixe ele vir na solidão
Encabulado por voltar a sós
Depois, que o que é confuso te deixar sorrir
Tu me devolva o que tirou daqui
Que o meu peito se abre e desata os nós
Se enfim, você um dia resolver mudar
Tirar meu pobre coração do altar
Me devolver como se deve ser
Ou então, dizer que dele resolveu cuidar
Tirar da cruz e o canonizar
Digo, faço melhor do que lhe parecer
Teu cais deve ficar em algum lugar assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim
Onde ancoraste teu veleiro em flor
Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta ao que chamo de amor

Chuva

 

Os primeiros pingos de chuva que caíram no meu rosto me fizeram lembrar de não apressar o passo.

Todas as vezes que a chuva caía… naqueles tempos… Me fazia sair de casa, descalça, sem pressa. Era tudo que eu queria… abrir os braços na chuva. Fechar os olhos. Girar o corpo em voltas e voltas.

A chuva… enfim… era benvinda, era feliz. Previa o sol e o arco-íris. Nada de melancolia.

Era simplesmente a chuva e nunca… nunca estragava o dia!

M. Prates