segunda-feira, 16 de junho de 2014

Efeitos de Uma Viagem


Acabei de retornar da minha viagem de férias para Fernando de Noronha (PE-Brasil) e tenho algumas coisas para contar. Já estive em muitos lugares, por trabalho ou lazer. Ano passado, fiz uma das viagens mais lindas da minha vida, PARIS. Mas o que senti nessa viagem a Noronha, não senti em nenhuma outra. Primeiro porque aquele lugar possui beleza e energia únicas. Depois porque tive a companhia de um dos meus irmãos que, para mim, valem ouro. Mas não foi só isso... foram tantas outras coisas. Enfrentei meus medos, minha alergia a insetos, caminhei no barro, na chuva, fiz trilhas difíceis, subi, desci, mergulhei com tartarugas, tubarão e arraias. Golfinhos guiaram minha embarcação. Dancei forró, conheci pessoas, falei outra língua. E, para mim, foi tudo muito intenso porque a maiorias dessas coisas eu fiz pela primeira vez.
É como se eu tivesse saído do lugar comum, literalmente. Como se eu tivesse aberto meus olhos para as coisas lindas da vida. Como se eu tivesse me desprendido daquilo que, a tempos, me prendia. De coisas que eu imaginava que eram as mais importantes pra mim e que, na verdade, não são.
Não assisti TV, quase não ouvi música. Tudo diferente da rotina.
Eu e meu irmão tivemos um momento mágico quando chegamos ao mirante dos Dois Irmãos. Um choro incontido, emoção genuína por tamanha beleza daquele lugar. Coisas que marcam pra toda vida!
Agora percebo o quanto a gente se perde, as vezes, dos nossos propósitos. Como a gente gasta energia com coisas improdutivas. Com pessoas erradas. Com aborrecimentos inúteis. É preciso distanciamento das coisas todas pra gente reencontrar o prumo.
Em um dos momentos de silêncio na praia me dei conta de que é possível que minha vida não seja como eu, e as pessoas a minha volta esperam que seja. Talvez eu não case, talvez eu não tenha filhos, talvez eu mude de emprego, de cidade. Mas nada disso significa que a minha vida não seja a melhor que eu puder ter. Eu vou parar de olhar para o que está por vir e vou olhar com atenção para o que tenho agora.  Retomei minha alma livre. Relembrei que existe amor em outras coisas. Que tem muito mais formas de ser feliz do que viver dentro das convenções estabelecidas pelos outros.
Um lugar transformou minha forma de enxergar as coisas. Me devolveu a percepção de que precisamos de muito menos do que imaginamos. De que somos donos de uma riqueza sem fim. Que se tivermos olhos, ouvidos, tato e coração já é o bastante.
 
Um lugar transformou a minha vida!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Permissão para Cometer Erros

Não é muito fácil admitir que exista imperfeição nas pessoas que admiramos. Embora seja muito provável que nossa admiração seja muito mais baseada nestas pequenas imperfeições  do que nas inúmeras qualidades delas. Digo isso porque eu tenho pensado muito neste assunto e na escacez de pessoas as quais podemos admirar, ultimamente.
Não tiro conclusão nenhuma, mas tenho me fixado , muito mais, na maneira como lidam com seus defeitos. E, de fato, isso tem feito toda a diferença... Sempre que percebo que alguém tem habilidade de transformar uma adversidade em oportunidade... Que tira proveito da tristeza para se fortalecer e que não culpa nada, nem ninguém, por aquilo que não tem conserto, fico encantada.
E quanto mais o tempo passa, mais vamos convivendo com pessoas experientes. Mais estas pessoas viveram e aprenderam coisas. Mais... Puderam mudar de idéia, de pensamento, de lado, de direção. E continuaram lindas nas suas qualidades e nos seus defeitos.
Fica muito mais leve pensar assim. Que as pessoas são passíveis de cometerem erros, de vacilarem, de estarem tristes, de duvidarem de suas próprias escolhas.  Fica muito mais próximo nosso mundo do mundo dos nossos admiráveis. Fica tão mais palpável e, até, mais aconchegante. Porque os imperfeitos também aceitam melhor que nós podemos ter nossos defeitos e nossas fragilidades, também. E eles, como eu já citei, saberão como lidar com isso.
Na vida, nós precisamos de mais pessoas para segurar nossa mão e menos pessoas para apontar o dedo para nossos erros. Se nossas referências são assim, mais humanas, e erram como nós, sentimos mais confiança. E, ao invés de procurarmos eternamente pela pessoa perfeita, podemos nos deparar com pessoas reais e desejar ficar ao lado delas.


*Arte Paulo Govêa e texto Mel Prates