terça-feira, 30 de março de 2010

Pensar é Amar

 

Peço respeitosa licença ao Poeta Alberto Caeiro para mudar o “gênero” do poema que transcrevo. Por um motivo óbvio: identificação!

“Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dele,

E vendo-o sempre de maneiras diferentes do que o encontro a ele.

Faço pensamentos com a recordação do que ele é quando me fala,

E em cada pensamento ele varia de acordo com a sua semelhança.

Amar é pensar.

E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nele.

Não sei bem o que quero, mesmo dele, e eu não penso senão nele.

Tenho uma grande distração animada.

Quando desejo encontra-lo  quase que prefiro não o encontrar,

Para não ter que o deixar depois.

Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só…

…pensar nele.

Não peço nada a ninguém, nem a ele, senão pensar.”

quinta-feira, 25 de março de 2010

sábado, 20 de março de 2010

Filhos de Woodstock

 

Woodstock_music_festival_poster

Faço parte de uma geração que acredita no amor “desacreditando”… É isso mesmo! Difícil de entender, mas fácil de observar. É só comparar: nossos pais, nós (da década de 70), e o pessoal da década de 80. Nos extremos, diferenças significativas de comportamento… do conservadorismo a liberação total. E o “meio”… pensa o quê?

Somos pós Woodstock Music & Art Fair  – tradicionalmente conhecido como “Festival de Woodstock”, símbolo máximo do movimento hippie e do “amor livre”. Portanto, arrisco pensar e dizer que somos uma geração de “transição”, que ainda tem muitas dúvidas do que, realmente, deseja.

Oscilamos entre os mesmos desejos dos nossos pais e a necessidade de quebrar as regras e  definir novos padrões de sociedade. Por exemplo, amar o que e a quem? “Casar ou comprar uma bicicleta?” ou ainda… Casar ou simplesmente amar?

É tão fácil viver todas as experiências possíveis… Que, dar importância para o “convencional”,  nos parece tão simplório.

O certo é que cada dia percebo mais pessoas da minha idade questionando suas próprias escolhas, voltando atrás, desejando mudar tudo a toda hora. Querendo amor e liberdade. Amedrontados pela velocidade das coisas, as cobranças da sociedade e seus próprios desejos.

Não toleramos relacionamentos mornos  e sufocantes. Desejamos grandes paixões. Falamos pouco de amor, menos ainda de filhos… como se isto nos tornasse frágeis aos olhos alheios. Queremos sucesso profissional, mas detestamos nossa falta de tempo para “viver” de verdade. Não gostamos de dar satisfações, mas somos cobrados o tempo todo.

O fato é que temos consciência do que não queremos, mas ainda não temos certeza do que queremos. Se isso já é um começo??? Não sei…

segunda-feira, 15 de março de 2010

Let’s Stay Together – Al Green

LET ME SAY SINCE
SINCE WE`VE BEEN TOGETHER
LOVING YOU FOREVER
IS ALL I NEED
LET ME BE THE ONE YOU COME RUNNING TO
I`LL NEVER BE UNTRUE
OH BABY

LET`S, LET`S STAY TOGETHER
LOVING YOU WHETHER
WHETHER TIMES ARE GOOD OR BAD
HAPPY OR SAD


I, I`M SO IN LOVE WITH YOU
WHATEVER YOU WANT TO DO
IT`S ALRIGHT WITH ME
LET ME BE THE ONE YOU COME RUNNING TO
I`LL NEVER BE UNTRUE
OH BABY

WHY, OH TELL ME, WHY DO PEOPLE BREAK UP
AND TURN AROUND AND MAKE UP
I JUST CAME TO SEE
YOU`D NEVER DO THAT TO ME, WOULD YA BABY
BEING AROUND YOU IS ALL I SEE
OH BABY

domingo, 14 de março de 2010

A carta que não foi mandada – Vinícius de Moraes

 

manga

(…Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
E, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez em quando
E olha para trás…)

 

segunda-feira, 8 de março de 2010

Com licença poética (Homenagem ao Dia Internacional da Mulher)

 


Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

domingo, 7 de março de 2010

Liberdade

 

"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

Cecilia Meireles

sexta-feira, 5 de março de 2010

Vinícius de Moraes

 

19-dia-da-fotografia 

Esta sexta-feira me fez lembrar de um papelzinho que tenho guardado numa caixa de boas lembranças… há muito tempo.

Eu… sempre dediquei minhas horas de folga a “brincar” de amar. Nunca deixei de ser criança… sempre acreditei em um amor tão grande e tão bonito que, até então, me parece impossível. E não tem nada a ver com “príncipes”… Por isto, no papelzinho, um trecho do Cântico de Vinícius de Moraes:

 

“…Oh, deixa-me brincar, que te amo tanto

Que se não brinco, choro, e desse pranto

Desse pranto sem dor, que é o único amigo

Das horas más em que não estás comigo.”