terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Livro

 

Sempre elegemos um livro de cabeceira que fica lá, para sempre. É aquele que gostamos mais e fazemos questão de reler, nem que seja só as melhores  partes. E todas as vezes, e quanto mais o tempo passa, ele nos diz coisas diferentes.

É nosso entendimento que muda sempre a medida que vivemos. Histórias repetidas com significados novos. Assim, a vida!

Outro dia, li mais uma vez meu capítulo preferido: O ENCONTRO!

(…) Desta vez os personagens da estória encontravam-se sem querer, numa estação de trem. Os dois estavam longe de casa e da rotina. Olharam-se com surpresa e com nostalgia. Trocaram algumas palavras e entraram juntos no trem que cortava o continente. Nenhum deles perguntou ao outro para onde ia, mas pareciam estar confortáveis com a companhia. Abraçaram-se para aquecer o corpo, pois fazia muito frio… sem nenhuma palavra… durante horas de viagem. O sol já estava nascendo quando ele a beijou vagarosamente e disse que tinha chegado ao seu destino. Deixou o vagão sem olhar para trás.

Ficava com ela a sensação de que este era o grande amor da sua vida, mas que jamais ele continuaria a viagem ao seu lado. Era doce e suave o que guardava na lembrança das poucas vezes que estiveram juntos. Era diferente de tudo o que já havia sentido. Interpretavam um ao outro com poucas palavras. Mas ela sabia que haviam se encontrado na hora errada. Era duro demais saber que assim seria… mas ela não conseguia voltar à primeira página e reescrever tudo.

Seguiu, então, a sua viagem e desembarcou do trem levando somente as lembranças boas! (…)

M.P.

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