sábado, 14 de junho de 2008

Cachorro

Devíamos parar, imediatamente, de chamar "homens" de cachorro! A conclusão é simples e baseada em fatos...

Não é a primeira vez que, no caminho de volta para casa, presencio tal cena em uma das sinaleiras da Avenida Ipiranga: Um pedinte de esmolas fazendo "não sei o que" (minha atenção estava desviada) e seu fiel cachorro acompanhando-o, carro por carro e depois, ao abrir o sinal, retornando para seu lugar na calçada. Fui obrigada a refletir sobre esta cena...

Aquele bicho, certamente, não estava alí por algum interesse... mas sim por FIDELIDADE!
São assim os cachorros... acompanham incansávelmente seus donos. Os esperam. Sentem frio e fome, as vezes. São xingados pelas artes que aprontam... mas estão alí, com seus rabos abanando.

Não bastasse a cena, chego em casa, depois de horas trabalhando, e lá está ele: O meu cachorro. Feliz da vida e sem nenhum ressentimento por ter sido abandonado sozinho o dia inteiro. Com um brinquedo na boca, é claro. Como quem quer dizer: Hora de brincar!

... e eu, egoísta que sou, o tenho para não sentir-me sozinha. Irônico não?

E ainda escuto chamarem os homens de cachorro... Ofensa deveria ser o contrário!

Um comentário:

Artur Carpes disse...

A fidelidade canina não surpreende: também dá-se para consigo mesmo. O homem é fiel para com seus próprios princípios, assim como o cachorro, cujo princípio primeiro é o de acompanhar o homem. Talvez a fidelidade humana seja, quanto ao objeto a ser fidelizado, apenas menos altruísta que a canina. Vale dizer: "talvez", porque do reino canino também participam as cadelas.